. . . ME AMAR . . .
Me amar quando a face já marcada, revela a dor que o tempo causa, a angústia de sentir o coração bater... a saudade do passado e a expectativa pelo futuro...
Me amar, quando a esperança é passageira e o sereno da noite não me causa sentimento algum, apenas um calafrio no íntimo... mas algo inevitável... instantaneamente a me lembrar...
Me amar... simplesmente quando a calma me falta, a raiva me cobre por inteiro e as palavras rolam soltas na boca...
Me amar, de frente ao espelho, no reflexo... ser cruel!
Ser sem alma e coração... com mais algum motivo banal para continuar esta caminhada.
Me amar... devo me amar. Pois magoei as pessoas que me faziam diferença e maltratei meu próprio instinto... como humana... fui um animal.
Me amar... pois no fundo desta carcaça ainda sobra uma ponta de fé... e um pó de amor... e uma luz de esperança pode enfim renascer.
Me amar... quem poderia!
Apenas eu que vejo diariamente este rosto pálido e vazio, com frias riscas de um riso anterior...
E uma espera leve de uma gargalhada forte...
Que se apaga!
Me amar... quando a música me preenche, e novamente grito com este meu pesadelo íntimo e profundo. É a minha vontade de expressar...
E a falta de ouvidos por perto...
E olhos que possam notar...
Esta minha revolta... rotineiramente a tentar me amar...
Ou esta minha ansiedade... na espera de um motivo...
Além dos quais devo me orgulhar...
Além daqueles que me levam a refletir...