D E S A B A F O

Desculpem a ignorância, mas, o momento é de fase de desabafo. O povo não suporta mais ter que ver tanta violência. Os jornais, as revistas, a Internet, bom, todos os meios de comunicação estão falando disso, de violência. Rio de Janeiro, muito lindo por cima, já embaixo apenas violência, nada mais. O que está acontecendo? Pra onde esse povo vai? De quem é a culpa? Todos sabem e fingem que não sabem nada.

Em uma cidade um garoto é arrastado por quilômetros a bordo de um carro roubado, grita por socorro ninguém ouve, o medo de ouvir é maior que a coragem de reagir. Um garoto implora por socorro ao ver seus pais serem queimados dentro de um carro. Tiroteios, drogas, tráfico, seqüestro, dinheiro. Esse último é interessante, pois, boa porcentagem de violência, esse último está envolvido, ele é o principal acusado. Gostaria de saber pra que acumular bens, ainda mais sobre violência, pra depois morrer e não levar nada disso pra ninguém.

Sentir-se bem à frente da televisão, não está sendo mais o que os brasileiros sentem. O desconforto é remoto, não só do controle remoto, que procura por canais que não falem de violência, mas, não tem jeito.

A natureza está sendo destruída. E a natureza se revolta. Novamente inocentes pagam o preço da violência. É geral. Tanto com o próprio ser humano quanto com a própria natureza. Não dizendo que o ser humano não faça parte da natureza, mas, ele se sente que a natureza é inferior e que é uma fonte inesgotável de fertilidade e lucros, para os bolsos. São gafanhotos na colheita, são cupins de madeira, enquanto não acabam com o serviço não param.

Brasil, mundo, até quando? Até que dia? Onde querem ir? Respostas para essas dúvidas bem questionáveis estão ao alarde. Todos sabem onde encontrar, mas, procurar pode ser arriscado. O medo de ser violentado é grande.

Ao desmatar, plante o triplo do que desmatou. No lugar de matar, de uma chance. No lugar de roubar, peça ajuda. E se não ajudar, peça outro. No lugar de seqüestrar, chame pra conhecer como é seu cotidiano. Procure uma cultura, escreva. Se não souber escrever, dance, cante, faça algo diferente. Se não tiver motivos para isso, tente ser feliz de outra maneira, mas, tente não praticar a violência.

Fato verídico, é que a sociedade não tem culpa do que está acontecendo. É o social que anda defasado, precisa de ajuda e quem pode ajudar é unicamente o próprio individuo dessa sociedade.

O jornal mais correto de todo o planeta que dá suas notícias antecipadamente se chama apocalipse, esse fala de tudo que está acontecendo. E o mais correto seria a ajuda da educação. A educação é a única que entra em todos os lugares, desde a zona rural, as periferias, os bairros nobres, enfim, em todos os lugares onde existem indivíduos. A solução é preparar a criança que tão cedo começa seus estudos e que são a chave do futuro de qualquer país. Na escola se vê de tudo e tudo se vê na escola. Até violência, então, porque não começar pelo começo? Começar pela escola seria o fator mais condicional para derrotar esse vírus, que nos ataca sem ser percebido pelas vistas grossas do plenário.

Rafael Samgaby
Enviado por Rafael Samgaby em 14/02/2007
Reeditado em 14/02/2007
Código do texto: T381134
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