Boba de felicidade
Quando as coisas estão pesadas demais, no momento em que aquela tristeza sem causa definida arrasadora me faz cair, peço socorro para meu jargão-filosofia de vida: tudo passa, o que é bom e o que é ruim, tudo termina. Então, permaneço quieta. Ou melhor, sou quieta. Todos pensam que sou quieta demais. Mas, não me importo muito. Sou mesmo e ponto final.
Este ano está aterrorizante! Muitas perdas, várias. E jamais estou pronta para perder nada. Uma mente meio infanto-juvenil ou aquelas minhas loucuras me impedem de pensar em perder alguma coisa ou pessoa. Mas, como eu disse em uma poesia qualquer, andei erguendo pontes impossíveis e a realidade cobriu tudo de água e as levou.
Mas, existem muitas compensações. Há muitos microinstantes felizes. Costumo juntá-los e construo, desta maneira, um quadro, como se montasse um quebra-cabeça que é a própria felicidade.
Por isso, depois de passar metade do ano sofrendo daqui e dali, muitas pecinhas de amor, de afeto e de amizade, que estavam deixando de existir, foram encontradas e meu quebra-cabeça está completo. Por este motivo, estou boba de felicidade.