Amar é banal?

Expressar o amor é banal?

Foi o que me falaram. Pode ser. Mas, amar é complicado.

Amar não é banal.

Amar é, antes, saltar em precipícios ou experimentar vinhos desconhecidos.

Não, amar não é simples.

É, antes, curvar-se à inevitável tempestade, é tornar-se vítima de naufrágio e desejar imergir, entregue, finalmente vencidas todas as fronteiras, rejeitadas todas as capacidades de suportar.

Amar é ansiar pelo tumulto na alma, no corpo, nos olhos que só desejam olhar o efeito óptico do amor.

É atropelar todas as impressões, confundindo-as em quase alucinação.

Amar é frenesi.

Amar inebria, entontece, como exprime a canção.

Por isso, quando amo, as colorações do universo são outras.

Os espaços são imensos se meu amor não está e, mesmo desta maneira, não me cabem, monótonos.

Mas, se o amor chega, todas as luzes se acendem e comemorações se principiam.

A consciência do meu amor torna tudo afiado, lancinante como bebida amarga e ainda assim, desejada, demoradamente aguardada.

Tatiane Gorska
Enviado por Tatiane Gorska em 06/08/2012
Código do texto: T3816558
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