Paradigma Vigente (d)

Século XVIII, veio o iluminismo. Locke chamou a atenção

fazendo sítese dos antecessores, para a mente do ser humano ser como uma tábula rasa. Chamou a atenção para os órgãos sensoriais, que tudo passa pelos sentidos. E, no século XIX apareceram outros gigantes. Darwin, na evolução, mostrando um determinismo evolutivo. Marx apontando para um determinismo econômico. Freud, um pouco mais tarde, apontando para um determinismo psíquico. O primado da razão se estabeleceu. O subjetivo passou a ser reprimido porque, se na idade média a ciência era reprimida em nome de um subjetivo, ou seja, em nome de Deus, na idade moderna a experiência sublime, a experiência subjetiva passou a ser reprimida em nome da ciência. Houve uma mudança de polaridade, porém o extremismo continuou sendo o mesmo. Foi quando o espírito se degenerou em intelecto. Como numa afirmação feliz, Young se referiu em seu livro sobre a alquimia chinesa. Primado da razão. A razão que nem sempre tem razão. E Comte através do positivismo, que foi considerado o pai da sociologia moderna, estabeleceu, inspirado pela mecânica newtoniana, que propunha uma dinâmica e uma estática. Na estática, Comte, no seu positivismo, via o progresso como uma determinação mecânica natural do próprio universo, essa cosmovisão positivista, fundamentada no paradigma cartesiano-newtoniano, sintetizando em ordem e progresso, um progresso que, em termos tecnológicos, não há como negar, teve um sucesso extraordinário. O paradigma cartesiano-newtoniano teve um retumbante sucesso tecnológico. Há quase meio século iniciamos a era espacial mandando um sputinik para o espaço. Fomos à Lua, estamos conquistando o espaço e o tempo ( o Cyberspace ) através das telecomunicações. Entretanto o progresso tecnológico não se fez acompanhar de um progresso psicológico. Aconteceu uma catastrófica defasagem neste paradigma cartesiano-newtoniano entre uma ciência com técnicas sofisticadissimas e uma evolução psíquica não correspondente. Hoje somos vítimas dessa própria tecnologia.

Zion Freire