Sorrisos não mais seus

Sentia na pele o desconforto da dúvida. Já se passavam mais que trinta dias de anseio à pura agonia que voava em liberdade pela casa, das ranhuras do piso ao teto branco que nada podia inspirar.

E desse bramido solitário de amargura soavam sinos em sintonia plena com as batidas palpitantes daquele coração.

Ela que um dia fora menina que chora e que teme, perdera em encantos descontentes e ganhara a vivência de quem faz soar os próprios ritmos.

E foi-se pelas mesmas mãos que apalpavam as paredes brancas dos infinitos corredores percorridos em passos largos ou brandos as mesmas mãos cujas cicatrizas hão de fortalecer essa mesma menina que desencadeia sorrisos, mas que não são mais seus. O mesmo silêncio que cala é motivo do meu falar.