“PORQUE ESTAIS ANSIOSOS?”

- Quanto a vida é fácil. Somos feitos num momento de prazer de nossos pais e até para sairmos à luz esforço é só de nossa mãe. Nossos pais nos fazem crescer e nos instruem para a vida adulta, sem que nada tenhamos que fazer e precisamos apenas estudar. Depois de adultos, com o trabalho de oito horas diárias num local já preparado por alguém, podemos morar em uma casa com tudo à mão, buscar a comida logo ali no supermercado e cozinhar num fogão que basta riscar um palito de fósforo.

- A vida é muito fácil. Muitos de nós entram em depressão e jogam-se no desânimo, mas, sem querer continuar vivendo, seguem vivos e vão assim por vários anos, até a velhice. Alguns começam a destruir-se, partem para a bebida, para as drogas, largam a vida de mão completamente, indo para a sarjeta, à mercê das intempéries, do desconforto, da doença, sem fazer absolutamente nada mais para viver, mas ainda assim vivem muitos anos.

A despeito, porém, da vida ser tão fácil, vivemos reclamando e pouco agradecendo. Seguidamente dissemos que “a vida não é fácil”, “não é mole”, estamos lutando, estamos levando, etc., e coisa do tipo; nos queixamos de quanto sacrifício a vida nos exige, os trabalhos que passamos, as dificuldades que suportamos para sobreviver, algumas relacionadas ao ganha-pão, a profissão, as contas a pagar, os relacionamentos, as coisas que se quer comprar e não se pode, as que se quer fazer e nunca dá.

- Nos queixamos por causa das coisas que deixamos de fazer, das oportunidades que deixamos passar e das chances que tivemos de fazer que o presente fosse melhor do que é.

- Reclamamos por causa do frio, do calor, da chuva, da seca, do dia cinzento, do ensolarado, por causa do dinheiro que temos que cobrar de alguém, por causa da compra que tem que buscar, por causa da visita que vem para dar trabalho e despesa, por causa da demora do ônibus, do plantão do posto de saúde, da espera na farmácia do governo, do favor que não foi feito como queríamos, do presente que nos deram e não era o que desejávamos.

E, assim, porque no presente estamos sempre mal, resta-nos a velha frase consoladora de que “dias melhores virão”. Então suportamos o presente por causa da esperança desse dia melhor. Todavia, porque esse dia melhor nunca chega, todos os dias são tristes, pois passamos os dias aborrecidos porque as coisas não estão fáceis como queríamos, porque não alcançamos o que só teremos no futuro.

- Logo, jogamos fora nossos dias, imaginando que existirá um dia que nos obrigará a sermos felizes. Esse dia jamais chegará, pois um dia só será bom se fizermos que ele seja bom, se sentirmos as coisas boas nele, não indo às compras, não fazendo milagres para conseguir à força o que desejamos, mas sentindo o dia e as coisas boas que nos trás, observando que todas as coisas tem um lado bom, bastando apenas mudamos a forma de ver, parando para observar quanto a vida é fácil e boa, quanto mordomia temos, quanto Deus faz por nós sem que tenhamos de fazer nada. Muitas vezes ele nos traz o que precisamos na porta e todos os dias Ele nos dá muito mais do que a vida e o ferramental para vivermos.

- Os trabalhos que passamos são exercícios de fortalecimento, para termos força para enfrentar trabalhos mais difíceis com coragem e ânimo, também são aprendizado, aquisição de experiências para resolvermos problemas mais complexos, para ajudar-nos a nós e aos outros.

- E podemos ser gratos a Deus, inclusive e principalmente por sermos pobres, pois assim não temos insegurança, não vivemos ansiosos, com medo de perder tudo e empobrecer. Este medo mata os ricos e eles não conseguem se livrar dele. E, além do mais, nossa vida de pobres e remediados é mais fácil, pois tudo nos serve, não somos complicados, somos simples e não precisamos de grandes arranjos.

- E, se cuidarmos de nossa saúde com temperança, seja na alimentação, nos programas diários, nas preocupações com o dia de amanhã, nos gastos, nas horas trabalhadas, muito menos remédios precisaremos, menos médico, menos serviço público, etc..

- Não se pode resolver hoje os problemas de amanhã, por isto não tem porque, além de nos ocuparmos com os problemas que temos que resolver hoje, somarmos a eles os de amanhã. Resolvamos os problemas de hoje no dia presente e os de amanhã quando chegar sua vez.

Lucas 12: 16-20 – “Louco, esta noite te pedirão tua alma”.

Lucas 12:22-31 – “Não estais ansiosos”

Lucas 14:8e9 – “Seja cortês e ceda a vez”

Efésios 4:13 – “Não leve tudo a ponta de faca”.

Lucas 6:29 e 30 - “Não seja justiceiro”.

Aproveitar a vida e viver bem é uma questão de mordomia, pois Deus é o dono de nosso corpo e de nossa saúde e Ele não quer que destruamos nem um nem o outro. Não podemos desperdiçar nossa vida e tampouco gastá-la a descartar (desprezar) os dias como se eles fossem lixo. Teremos que prestar contas do que fizemos e do que deixamos de fazer.

Wilson do Amaral