Meia volta

Bateu uma vontade de escrever como a muito não sentia. Ah, eu queria transformar em belas palavras a feia e mesquinha dor que hospedo. De repente fazer um poema, ou contar em uma história alheia algo do que passei. Pior que quanto mais falo mais parece não ter passado, ainda, tempo que se protela, eu protelando me desfazer do que nunca foi meu. Mas foi, foi embora, pra metricamente nem tão longe, pra se tornar um estranho a moda reles conhecido, cujo cumprimento só civiliza a distante indiferença que se coloca entre nós, só planifica em fotografia o fundo abismo sem ponte e sem quem a queira construir. Deve ser a hora de dar meia volta.