Mundo Louco

Tiro a blusa,

Braços nus...

Tiro a fita,

Cabelos soltos...

Tiro os sapatos e descalço as meias,

Pés no chão...

Saio pra rua em busca da multidão,

Por ironia ou, simplesmente, por gozação,

Só encontro a solidão...

Ruas sem gente,

Sem carros,

Sem vendedores de pipocas,

Nem moleques pedindo esmolas...

Ruas vazias,

Sem nenhuma expressão.

Quero a liberdade,

Faço tudo para atrai-la,

Mas, como aprendi na física:

- “pólos opostos se atraem e iguais se repelem”,

Eu e a liberdade devemos comungar do mesmo pólo,

Nunca nos encontramos...

Será que isso é gozação??

Visto outra blusa,

Coloco outra fita,

Calço outras meias

E novos sapatos...

Chego em casa em busca de solidão,

Solidão de rua,

De pensamentos...

O mundo tá louco,

Virado ao avesso...

Encontro em casa a multidão que procurava na rua...

Carros passando no corredor, como se fosse uma avenida;

Vendedores de pipocas e crianças pedindo esmola em minha cama,

Fazendo-a de passeio público, ao lado do meu guarda-roupas,

Que se parecia mais com uma igreja cristã...

É, o mundo ta louco,

Virou ao avesso...

Voltei, novamente, pra rua...

Tirei minha blusa,

Tirei minha fita,

Fiquei descalça e fui...

Já meio louca,

Também ao avesso,

Buscar aquela solidão que não encontrei em minha casa...

E não é que eu a encontro!!!!

Janiethmonteiro
Enviado por Janiethmonteiro em 16/02/2007
Reeditado em 17/02/2007
Código do texto: T383840
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.