As frustrações e a vida

Certas vezes nos perdemos dentro de nossa própria história. O que era definitivo se torna incerto. O que era concreto se torna vulnerável.

Diante dessas constatações, o que fazer? Como reagir? Como se portar, ou não se importar?

A grande verdade é que frustrações não são fáceis de suportar. E porque nos frustramos com as pessoas? Porque atribuímos a elas “responsabilidades”, culpas, esperanças, projetos, realizações que são inviáveis...

Devemos compreender que cada pessoa é um ser individual e que cada um é livre para agir conforme seus próprios desejos, conveniências e interesses.

Projetar sonhos em outras pessoas é, muitas vezes, o primeiro passo para uma série de desgastes emocionais: dúvidas, incertezas, tristezas, ansiedades...

Saber o que não se deve fazer é fácil. Mas como controlar o que se passa em nossa mente e se expressa em nossos atos? Como não sentir tristeza diante de decepções causadas por pessoas que amamos? O que é verdadeiramente perdoar? O que é necessariamente amar? O que se deve esperar das pessoas, dos amigos, da família, dos colegas, das paixões, das relações pessoais, de trabalho, de sobrevivência?

Existem muitas perguntas e poucas respostas...

Todas as vezes que me sinto assim, a melancolia me obriga a escrever. É como se escrevendo eu estivesse reivindicando por uma chance de mudar o roteiro da minha história. Meu coração fica aliviado, se enche de esperança... sei que na verdade nada vai mudar para mim, mas que talvez possa ajudar alguém que se sente desolado, como eu.

Vivo em um mundo em que cada vez tenho menos espaço. Sofro por ser “diferente”. Eu simplesmente nasci assim e até hoje nada ou ninguém foi capaz de mudar a minha essência. Não tem sido fácil ser o que venho sendo, não por mim, mas pelos outros. As tendências mudam, e eu vou me sentindo cada vez mais diferente e por muitos ultrapassada.

Sou do tipo que não precisa encher a cara para encontrar diversão e muitas vezes fico abandonada dentro da minha própria lucidez. Estou fora de moda porque não vejo graça em coisas e pessoas vazias. E sou exagerada porque eu demonstro o que estou pensando e sentindo, desrespeitando muitas vezes o protocolo da hipocrisia, da hierarquia, das mentiras, ilusões e das verdades absolutas.

A verdade é que estou cansada de pessoas fúteis, das rotinas, das regras congeladas sobre como ser uma jovem adulta. Meu espírito é naturalmente rebelde e eu realmente sempre estive do lado oposto. Como posso fazer para encontrar pessoas de verdade e não de pessoas moldadas, que são iguais em roupas, pensamentos, gostos e tendências?

Porque é tão errado ser certo? Porque eu estou agindo errado, se estou tentando demonstrar o valor de ser sincero, honesto e sóbrio?

Porque esperar o mínimo se tornou frustrante?

Aqui está uma questão que não consigo solucionar.

Eu não tenho grandes ambições com relação ao mundo, tenho esperanças com relação a encontrar gente de verdade, imperfeita, que se arrisca, que peca, perde, ganha; que não esconde o que sente, o que faz, o que pensa, que reconhece. Não tenho a intenção de me frustrar esperando a perfeição, apenas gostaria de voltar a sentir que posso confiar, esperar. Que um dia terei a capacidade de encontrar a resposta para o que é o perdão, o amor e o que devo realmente esperar das minhas relações com as pessoas.

Certa e com muita convicção de que sou imperfeita e de que também causo frustrações, vou aguardar as respostas. Peço a DEUS que eu tenha força o suficiente, porque Ele sim é capaz de confortar, de preencher todos os vazios, incertezas e decepções.

Aline Medeiros
Enviado por Aline Medeiros em 30/08/2012
Código do texto: T3856614
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