No fio do nada
No fio do nada, quase nada somos, e nada mais podemos ser do que apenas um eterno equilibrista no interminável momento presente, entre o nada que já fui e o nada que um dia serei.
Sou um quase nada na existência infinita do complexo real. Sendo eu também complexo e múltiplo, sou assim não menos real e ilusório em todos os múltiplos seres que me compõem. Sendo o real tudo o que existe, no fundo construo uma ilusão pessoal reflexo da subjetividade do que percebo mentalmente.
Mesmo sendo o que percebo uma criação mental, a complexidade do subjetivo não esgota em si o todo complexo e transformador do real. O real existe mesmo que nada possa se parecer ao subjetivo que construo deste mesmo real. Sou real enquanto corpo físico e subjetivo enquanto ser, existo no constructo mental daquilo que meu cérebro, sempre a posterior, cria como imagem para mim.