Estive em ti.

Estive em ti, estive vivo por alguns anos.

Desde que atravessei a soleira do seu querer,

Morro um pouco a cada dia.

É morte triste, dolorida,

Agonia, aperto, lágrima, apatia.

E em um reverso maldito venho me contorcendo.

Condenação ao inferno, mas ainda morrendo.

Estive em ti e no seu alcance encontrei graça.

Ao romper seu círculo, caí em desgraça.

Continuo caindo, mas nunca me esborracho e morro.

Pior que isso é continuar morrendo e caindo.

Estive em ti, e era doce o beijo, quente o abraço.

Estou aqui, em solidão fria me faço, mas não desfaço.

Pior é o calor de outro colo que não é seu abraço.

Estive em ti, provei da viciante felicidade.

Não mais te vi, abracei a droga da tristeza.

O efeito é longo, é devastadora a sua gratuidade.

Estive em ti...

Fábio Rocha Borges
Enviado por Fábio Rocha Borges em 10/09/2012
Reeditado em 10/09/2012
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