É quando o silêncio do ventilador se torna a musica ambiente da minha cabeça, que reflito sobre o vazio existente dentro de mim. Não sou metade do nada ou de ningúem, sou tão inteira que transbordo dentro de mim mesma como um copo de não cabe mais agua.

O vento não consegue ser mais frio dentro de mim, ele é quente e busca se completar com a temperatura ambiente de um corpo que nao conheco, mais busco. É escutar as mais belas canções de amor e chorar baixinho no canto da cama, por algo que não se viveu. Meus dias tem sido cada dia mais vazios, dentro de um mundo tão preenchido de horarios e regras a serem cumpridas.

Nunca fui dessas pessoas que consegui enganar a dor e o vazio, eu sempre consegui deixar claro dentro de mim e fora, de que "não estou bem, me deixe em silêncio", só isso e nada mais. Mais sempre tem aquela alma que insiste em meter o dedo na ferida e cutucar até seus olhos encherem de agua.

É nesse calar noturno que me pego esperando uma simples menção de interesse, que nunca existirá. O impossivel não existe, mais se deve ser coerente para a realidade que vivemos e presenciamos diariamente. O vazio é algo que persistirá dentro daquele que busca em vão, o que não lhe é destinado.

Meus dias tem sido assim, em busca desse vazio que nao se deve preencher. Só queria entender como essa insistência nao me deixa sobreviver a solidão como algo normal. Continuo sendo a que ninguem deseja, mais que um e outro engana quando é necessario.

Meu copo está sempre vazio, desisti de ir em busca da fonte. Preferi a inanição a gula do amor.

Samara Lopes
Enviado por Samara Lopes em 29/09/2012
Código do texto: T3908029
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