Medíocre idade.

Por que todos enxergam sempre muros? “Eu vejo a vida melhor no futuro, vejo isso por cima de um muro”. Muros, barreiras, limites. Por quê, ao invés de olhar por cima de uma pilha de tijolos, a gente não derruba logo essa palhaçada?

Não existe futuro atrás de muro nenhum. O futuro tá dentro dos meus olhos, tá aqui, pulsando a veia da minha têmpora. O futuro não pertence à ninguém se não a mim e a mim mesmo.

Criar empecilhos é muito mais fácil que destruí-los. Me diz, pra onde a gente vai? Eu não quero saber pra onde vou, eu só quero ir… Eu só quero ir. Já desisti de andar sobre as pegadas na areia. Cansei de amar os ídolos e julgar os mortos, vivendo nessa hipocrisia desgraçada que tá consumindo o mundo e atirando pedras nas pessoas.

Eu só queria que não existissem dias, nem horas, nada mensurável. Eu quero momentos, quero medir meus dias em beijos ou em balas de menta, sei lá… Eu quero sorte no lugar dos planos, eu queria que tudo que eu quero hoje seja um bando de merda condensada amanhã.

“Só vive aquele que saber viver…” Porra nenhuma! Só vive quem quiser viver, quem não quiser que não o faça, ora. Cansei e desisti. O ruim de tudo é saber que daqui dez minutos eu estou disposto de novo.

Cansei de escrever isso aqui, desabafos são sempre mal ouvidos, mal vistos e, o que é pior, mal compreendidos. Mas eu não quero compreensão também, nem lugar ao sol, nem lugar nenhum.

Eu só quero aqui e agora.