PAISAGEM INÓSPITA

No início da madrugada de 22 de outubro de 2012

Para seres de sonho como eu, ter que atravessar todos os dias e meses e anos... a mesma de sempre paisagem inóspita sem qualquer saída à vista, sequer através de algum sonho minúsculo, que dure um dia que seja... a paisagem deste cotidiano, desta vida só de renúncias, de renúncias até a pensamentos e a sentimentos antes mesmo de os chegar a pensar e a sentir... vida e cotidiano que me couberam por destino ou por enganos de múltiplos e de sucessivos acasos perversos (???)... é, preciso admitir, tarefa para heroínas, para a heroína que não sou, mas, que preciso ser, continuar a ser todos os dias... todos os dias... todos... a perder de vista, sem direito a anestesias de naturezas quaisquer. Ah, “Por que não nasci eu um simples vaga-lume?”, indagou o poeta e assim indago também. Um vaga-lume ou outro bichinho qualquer: qualquer outro, menos eu. Uma abelhinha zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz voando para bem longe para muito muito muito longe zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz

Ainda na noite de 21 de outubro de 2012.