ESTES EUS NOSSOS DE AGORA

Ainda na tarde de 29 de outubro de 2012

Tornei-me um ser bem pouco conhecido por alguns dos meus muitíssimo íntimos que, a despeito disso, ainda me amam, eu o sei. Como reidentificar-me para eles? Com que palavras? Com que silêncios? Precisariam aceitar-me como a vida me tornou, em razão das circunstâncias, muitas absolutamente insólitas, ocorridas ao longo desses mais de 20 anos; me aceitarem, me reconhecerem ou melhor, me conhecerem como esta outra de agora, não mais como aquela que um dia lhes foi espelho. Como querer deles isso? Isso lhes é possível? A mim também urge re-conhecê-los, reidentificá-los, a eles que, a despeito de tudo, permanecem amados. Como dizermo-nos, de novo,com este nosso rosto de agora, este nosso rosto mutante, se nem nós próprios nos enxergamos nítidos? Como dizermo-nos? Como calarmo-nos, em silêncio que nos diga e nos traga de volta uns aos outros?

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