Essa incômoda desumanidade

A terra anda fria e cortante

E assiste ao enlevo da crueldade.

Cadelas parem, até matam, mas, inconscientes

Porém, por instinto, amamentam, cuidam.

Aquela mulher, já não é digna do filho

Sabe-se lá se a depressão é fato ou desafeto...

Mas o descuido é real, cruel, concreto.

São crianças chorando de fome, de dor, de pânico

No limbo da vida, paridas, entristecidas...

Cadê o amor da Mãe que a gerou?

Onde estão os adultos maduros e protetores

Onde foi parar a bondade, o amor, a humanidade?

Não vejo crianças brincando, correndo;

Vejo a infâmia, o martírio, só descaso

Vejo a alma outrora pura, sorridente,

Maculada pela violência das ruas e do ambiente

Gritando por ajuda, chorando, gemendo...

Não vejo as bonecas, as balas, carrinhos

Vejo apenas uma triste realidade

Mal disfarçada de sociedade moderna

Devendo às crianças o seu bem mais precioso

O direito à vida, à inocência e ao amor...

Luzia Avellar
Enviado por Luzia Avellar em 30/10/2012
Código do texto: T3960245
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