Quem eu sou

Lembro-me daquela menina de pé no chão,que sonhava em ser cantora, tinha os cabelos curtos e cacheados. E que um dia, a mãe dissera:que um daqueles cachos que escorrera pela testa era seu,e ela sem pensar, pegara a tesoura cortara,e fora a mãe entregar,a mãe se espantou,mas a vó então a interpelou:você não disse que era seu.

Lembro dessa menina como alguém presente que grita certas vezes,que não quer se esconder.Hoje os cabelos não são mais os meus,os desejos,não são,mas a essência permanece.

Houve um tempo em que tudo foi pressa, a vida tornou-se uma esteira em plena velocidade,não podia parar.Mas,nem sempre é assim,nessa estrada vivencial encontramos bacadas que nos obrigam a parar,freiar bruscamente.

Hoje a menina cresceu,digo nem tanto assim fisicamente,mas a vida a fez mais calma,como se a colocasse num tronco e dissesse:apanha para aprender a viver.

A menina anteriormente citada,várias vezes,foi questionda por sua inocência,mas a vida maliciosa ao excesso perde toda a sua graça.O bom é acreditar,mesmo que pela inocência, que o melhor do ser humano jamais deixa de existir.

Ontem a menina,a adolescente,a jovem e a adulta fizeram aniversário, não deixei de ser nenhuma delas e todas serviram de soma para serem a mulher que hoje eu sou.