Aborto. Não concordo.


Sei que o problema do aborto é um caso difícil. Tenho lido muito em jornais, aqui no Recanto sobre o assunto e como já me expressei em diversas vezes, sou contra, radicalmente contra. Primeiro porque toda criança que vai nascer tem um pai. Que é responsável por aquele ser. A mulher não gerou sozinha. Ela tem um parceiro e, quando conta que está grávida o mundo vem abaixo em sua cabeça. Perde a família, perde emprego, perde... perde até a vontade de viver. Acredito que sim. E nesse abandono vem a vontade de abortar. “De por fora o motivo de sua dor,de seu sofrimento”.

Mas... E o pai? Por que não ajuda essa mulher, esse filho? O problema é só dela por quê? Porque ela tem que abortar? Por que ela tem que passar por essa violência sem tamanho? E essa criança? O que fez para merecer esse tormento, essa dor? Com o consentimento da lei ou, não, o aborto será sempre um trauma, uma violência ao corpo da mulher, pior que o tamanho da barriga, o aumento dos seios, pois é uma deformidade temporária e o aborto é definitivo, deixa marcas, sequelas irreparáveis. E segundo, porque muitas vão continuar morrendo porque a maternidade mal cuidada também mata. Até mesmo a gravidez desejada, porque muitas mães tem fragilidade na alimentação, no acompanhamento da gravidez. Vão ao médico, mas a alimentação é precária, o descanso é impossível. Falta-lhes ajuda, assistência! Falta a presença do estado que cobra impostos para ajudar aos necessitados. E elas são necessitadas. São as pobres. As que trabalham oito horas por dia e ainda enfrentam condução superlotada de gente sem educação que acha que mulher grávida, no ônibus, atrapalha.

Terceiro porque a família que está sem condições deve ser incentivada a evitar a gravidez, a tomar os anticoncepcionais e, depois, se engravidar ter assistência médica, psicológica e financeira. Não esmola. Ajuda, mesmo. É o Direito Humano que todos têm. Um Direito que não se resume em abandonar a mulher, a adolescente, a menina, à própria sorte ou, aconselhá-la a praticar o aborto. Engravidou? Aborto nela! O pai não precisa se preocupar com mais uma boca para sustentar, um outro não precisa dar pensão alimentícia... Tudo tranquilo. Ela aborta. Ela que se dane!

Pior mesmo é quando essa gestante descobre que seu filho nascerá comum problema qualquer. Ela já sofre pelo filho que sofrerá e mesmo assim com pouquíssimas chances de vida, sofre porque sabe que passará todas as agruras do mundo. Um filho com necessidades especiais toma todo o tempo da mãe, do pai, dos irmãos. Ninguém dorme direito, ela não pode trabalhar e precisa de recursos maiores para cuidar do seu bebê. E o médico lhe mostra a pior das alternativas: aborto. Seu bebê será um problema, um gasto a mais. E o estado que deveria ajudá-la, pois recolhe impostos escorchantes para tanto, vira-lhe as costas. Deixa-a sozinha, sem amparo, sem proteção. Ela, ou aborta ou viverá dos favores da família ou de vizinhos amigos. Se ela tivesse amparo do estado, do governo, estaria recebendo o Direito devido a si e ao filho, e o governo seria de fato justo e estaria cuidando da saúde pública, preservando vidas, dando dignidade, solidariedade, colaboração.

Seria hora de cobrar dos governos que cumprisse com os Direitos Humanos relativos à preservação da Vida, nãodos bandidos presos. Que evitasse e coibisse os desvios fenomenais das verbas que arrecada, que acredito, pois que o mensalão demonstrou aos quatro ventos que o Brasil tem muito e muito dinheiro, que não sobra para ajudar mulheres, mães, adolescentes, famílias inteiras necessitadas. Pois quando nasce um bebê com necessidade especial, seja anencéfalo, seja de estupro ou uma síndrome, aquela família também adquire necessidades especiais, tem gastos especiais, demandas especiais, necessita de equipamentos, de pessoal qualificado diariamente – enfermeiras que a oriente. São despesas grandes. E para dizer que está preocupado com o social, com a saúde da mulher, com a adolescente, apela para a aprovação de lei que não ajuda, atrapalha. O governo não pode fazer da mulher um alvo politiqueiro.

A mulher mais linda do mundo, a de corpo mais escultural, não é mais bonita, nem mais perfeita que quando bebê e uma outra mulher a teve nos braços, a protegeu, alimentou e ajudou a crescer, se instruir e ter anseios de viver. Essa mulher não tem o direito de matar porque ela vive e deve deixar viver. Ela não é obrigada a engravidar. Mas se engravidou deve deixar nascer, deixar viver. Ela deve evitar se não quer. Nãodeve matar. “Não matarás!” Lembra?

E, não há corpo mais bonito, mais lindo, mais perfeito, mais luminoso, do que o corpo de um filho, do seu sorriso, do seu chorinho, do sugar o leite que até hoje ninguém conseguiu imitar ou fazer um genérico. Não existe. Não existe genérico para um filho, portanto nada de aborto. Em vez de mutilar-se, porque mutila, a mulher deve exigir respeito do homem que lhe fez um filho, do estado que tem o dever dar assistência, segurança e, ao filho, toda a dignidade que um ser humano necessita: viver e ter sua família.




 
MVA
Enviado por MVA em 13/11/2012
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