QUERER AMAR

Na manhã de 21 de novembro de 2012

Penso que a maior de todas as vitórias comece por se querer amar a quem não se ama naturalmente que, em nós, pobres pecadores mortais, a nem todos conseguimos naturalmente amar.

Esta maior vitória dá seu passo inicial com esse querer amar, esse querer amar dentro, sem ainda nenhum palpável gesto exterior, esse querer amar por enquanto só prenúncio de um ainda a haver, um ainda a começar a brotar gesto interior, que do se querer amar ao amar verdadeiramente (quando não se trate de milagre operado repentino por Deus, no coração) há longuíssima estrada a percorrer, longuíssima estrada de muita dor, principalmente quando se trate de amar por escolha a quem se deveria amar por Princípio, desde a raiz do sangue, desde a raiz da vida e do instinto.

Penso que a maior de todas as vitórias se inicie, mesmo, por esse querer amar, tudo o mais sendo apenas consequência. Só assim, vitoriosos sobre o terrível não amor tantas vezes travestido do seu contrário, isto é, tantas vezes vestido quase só das aparências de amor, só assim, só assim possamos, efetivamente, fazer nossa alma escapar com vida das Rodas do Moinho que moem todas as ações deste mundo, neste presente mundo.

Na manhã de 31 de março de 2011; republicação em 21 de novembro de 2012