Calçada do Correio

Quando andavas no Lastro,

O pai da galega não saia do rastro,

Quando vendia cajarana, era motivo de cana,

Quando fazia ao ao, virava animal.

Quando enganava no senso,

Registrava muita gente, com o ponto ausente,

Descontente ficava, quando o cigarro rolava,

Em sua mão não parava,

Deixe de gracinha, dizia a Teresinha.

Na calçada do correio,

Vivia-mos de paleio,

Quando uma moça passava, bolas não dava.

Para não ser falada na calçada,

E nem aceitava ser levada em casa,

Com certeza seria enganada no papo da estrada.

Hora da largada, escolas encerradas,

As alunas desfilavam,

No ponto passava, e espreitava para nosso lugar.

Era alegria noite e dia, amanhecia,

Responsabilidade desconhecia.

Teu pai te procurava para na ceia rezar,

Ele não sabia que a calçada existia,

Para mandar te procurar.

Lastro e calçada do correio,

Hoje me veio a pensar,

Vou parar com este paleio,

Estou quase a chorar.