ENTRE A SAUDADE E O ADEUS

Não confio na distância, exatamente porque da última vez que me ausentei de mim... me perdi completamente. E foram anos e anos para tentar encontrar uma pequena parte do que restou; sem sucesso algum. Oras, mas é preciso se acostumar com as distâncias... porque grande parte da vida é de ausências, é de desapego, é de guerras e de silêncio absoluto... como aqueles dos campos de batalha, onde a tocaia precisa ser sigilosa e silente para permanecer viva. Assim, ouso discordar dos muito apegados... porque não existe essa fórmula de modo permanente, não existe a presença diuturna de modo absoluto. É preciso saber equilibrar-se - com certa frieza - entre os silêncios e as ausências, entre a falta e a possibilidade de não voltar a acontecer novamente. É preciso estar preparado para o lapso prazeroso que jamais acontecerá de novo. E mesmo que a fé seja o melhor remédio... é necessário encontrar-se primeiramente em si e não nos outros, mesmo que sejam espelhos. De modo que tudo se defina, que tudo se interprete, que tudo se entenda. Até não restar mais nenhuma vírgula, nenhum ponto ou interrogação. Até que reste apenas saudades ou um silencioso adeus!