Morreremos

Morremos todos, politeísta, teístas, deístas, agnósticos ou ateus. A morte não faz seleção de credo, cor, raça ou mesmo situação social. Morreremos todos, basta estarmos vivos. Nunca em tempo nenhum a morte abriu mão de seu domínio absoluto, ela reina e sempre reinou sobre todos. Ao nascermos somos carimbados pelo seu poder absoluto, cabe apenas e tão somente esperar, ela virá, ela veio para todos, guerreiros, deuses homens, profetas, marginais, místicos, religiosos, seculares, nunca houve um, apenas um, que servisse de contra prova. Não há poder, terreno ou místico, não há fé ou abandono, não há pedido, oração ou mesmo revolta que afastasse a danada da morte. Não há riqueza, fama ou poder que faça ela nos “esquecer”. Não há saber, conhecimento, ciência, imanência ou transcendência que nos isole dela. Ela nos espreita sorrateira, anônima, fugaz, mas o dia chegará em que cada um dos viventes sucumbirá a ela. O mais estranho para mim é que a morte já chegou para um número quase infinito de seres humanos, mas ninguém jamais a experimentou verdadeiramente, enquanto vivo posso experimentar a dor do medo de sua chegada, posso experimentar a dor física que pode me levar a ela, mas enquanto vivo ela jamais será sentida, depois de morto já nada mais sou para experimenta-la também. A morte esta eterna desconhecida, somente conhecida pela certeza que a realizaremos enquanto vivos. Morreremos todos, queiramos ou não, aceitemos ou não, cabe-nos então apenas realizar a vida com o máximo de força, coragem, ousadia e amor.

Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 10/12/2012
Reeditado em 10/12/2012
Código do texto: T4028111
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