O Ato de Esquecer

È de se pensar que muitos neste mundo correm de modo desenfreado, deixando para traz vários detalhes desta vida.

Por muitas vezes esquecem de se olharem no espelho pela manhã antes de sair para a luta de mais um dia, esquecem de dar um abraço de despedida na sua esposa, nos seus filhos, nos seus pais, mas não esquecem que ao chegar no local de trabalho deverão dar bom dia ao seu patrão, antes do horário de entrada.

Esquecem que possuem uma vida para viver, esquecem que possuem um corpo para cuidar, se esquecem que a uma saúde a zela, esquecem que pode haver um rosto amigo necessitando de um sorriso.

Muitos esquecem que possuem algo chamado “vida” para se viver.

Esquecem que existe um mundo para apreciar, se esquecem que existe um céu azul para

Contemplar, se esquecem que num momento de folga do seu serviço poderia ir até uma praia, e ver a liberdade que o mar tem, de ir e vir com suas ondas, e em momento nenhum deixa de executar sua função de ser “mar”, como as nuvens que se formam e se desfazem, mas nunca deixam de executar também sua função de fazer chover, de fazer sombra, mas vivem em liberdade.

Os pássaros também, vivem apenas para andar, voar, comer, mas nunca deixam sua função que por instinto faz com que sementes sejam espalhadas.

E assim muitos outros exemplos estão pelo universo afora.

Mas o homem se esquece, se esquece de existir, se esquece de viver, se esquece de si mesmo.

Se viciando em vestir uma armadura seca e sem vida de suas atividades diárias, se esquece de sair a um parque, tirar seus sapatos ou seu salto alto e andar com os pés descalços na terra ou no gramado, esquece de tirar seus ternos e ocupar seu tempo numa brincadeira com água juntos aos seus filhos, se esquece de deitar ao colo da pessoa que ama, ou no colo de seu pai ou sua mãe por achar antiquado, e ter vergonha de fazer como era feito nos seus tempos de criança, se esquece como era prazeroso jogar bola na chuva, de andar em um carrinho de rolimã, brincar com as colegas de infância de casinha de bonecas.

O som da natureza foi trocado pela melodia caótica dos engarrafamentos, o brilho do sol trocado pelo ar enfumaçado, o cheiro das plantas pelo odor insuportável dos córregos e rios poluídos.

O homem se esqueceu, e a cada dia que se passa a luz da vida vai se ofuscando e se apagando.

Como será em alguns anos, o mundo tem sido alertado, mas será que realmente veremos os tempos passados ao menos em nossas lembranças?

Ou talvez, esqueceremos também ..............

Vander Oliveira
Enviado por Vander Oliveira em 06/03/2007
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