SEM PERDÃO

No início da madrugada de 11 de dezembro de 2012

É preciso viver para sempre com este punhal fincado no peito. É preciso viver para sempre com esta ausência, com esta impossibilidade de perdão. É preciso viver para sempre com esta tua não aceitação de mim, que às vezes se traveste de aceitação, sempre por átimos de tempo, tempos só para alguma respiração. É preciso viver para sempre com esta impossibilidade de esquecimento. É preciso viver para sempre renunciando à possibilidade de compreender este para sempre mortal enigma de dupla face, este duplo enigma fatal. É preciso viver com esta eterna impossibilidade de ficar, com esta impossibilidade eterna de partir. É preciso viver com esta - enquanto não for decretado o contrário, pelo Alto - impossibilidade de morrer. Como és implacável! Com que inclemência me julgas, sem nenhum atenuante! Que juiz terrível és, um Deus cruel, meu senhor!

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