UM LAMENTO

No início da madrugada de 12 de dezembro de 2012

Lamento pelos homens que me amaram; lamento por mim, que nunca me conheceram, muito provavelmente porque não tive ser, pessoa suficiente para ser conhecida. Perdoem-me. Há um mar que já não me consegue chegar à superfície dos olhos, um mar represado em uma Holanda de mim para sempre em mortal perigo. Há uma Holanda em mim, que já não me reconheço, assim como não me reconheço as europas, as ásias, as áfricas, os orientes-médios, as américas, as oceanias, além de algum outro possível-impossível Novo Continente inteiro de e em mim também, continente novo para não descobrir, para não ser descoberto. No Continente Perdido e em Perdição na Memória me resto, com a sensação de estar muito inútil. De útil resta a possibilidade do Perdão, mútuo. Só a possibilidade do Perdão.

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