'' KÁ KOMIGO ...fiko pensando ''

Ká komigo fiko pensando nos meus amigos, e amigas.

Mais uma vez é Natal.

Alguns já se foram, dizem que de desta vida para melhor.

Outros nem sei mais onde estão. Se perderam na vida por este vasto mundo, nunca mais tive notícias se estão vivos ou mortos.

Outros se casaram, assumiram novas familias.

Alguns eu vejo de tempos em tempos, em casamentos, velórios ou então encontro por acaso. Como vai, como vai, adeus e tchau e ponto final, nos vemos em outra ocasião, fica para uma outra vez, estou com pressa, mas me liga, viu, ligo sim...ligamos nada!!!

Poucos ainda vejo frequente, sexta uns chopinhos, uns bons bate papos, reuniões em casas, churrascos em chácaras, festas de aniversários de filhos, de netos, de maridos, de esposas e de nós mesmos.

Mas houve um tempo, o tempo das festas natalinas e de ano novo em que eramos uma turma grande, alegre e decidida.

Novembro ia findando e dezembro já entrando e a turma toda, principalmente a mulherada, já se movimentando para uma comemoração 'as alturas do aniversariante do dia...do dia 25.

A primeira coisa...deixar o aniversariante saber local e hora da festa deste ano, e sempre uma ou um era escolhido para tal convite fazer, era uma honra ir 'a casa dele na Igreja Matriz e ali de pé em frente ao altar O convidar...e tendo ele aceito o convite, começavam os preparativos...primeiro....fazer um convite bem bonito convidando todos para vir no aniversário do Grande Amigo Jesus, e este convite era feito em nosso nome e no de Maria e José...e a comunidade toda aceitava e colaborava...depois da missa do Galo a turma toda se dirigindo ao local combinado...minha casa ou a casa de algum outro amigo...e ali uma mesa já estava posta, tinha bolo e velas, e um Jesus na manjedoura, Maria e Jose ao seu lado...

Comida e bebida, presentes, festa e alegria.

Primeiro se rezava e agradecia, depois se comia, se divertia, e em certa hora se cantava o parabéns 'a voce, se cortava o bolo e a festa proseguia até alta madrugada...vinham familias inteiras, crianças de colo, outras correndo, avós e avôs, pais e mães...e todos que ali estavam sabiam do que se tratava...e gostavam.

E hoje já é quase Natal.

O tempo passou e muitos levou, a festa acabou.

Cada um foi para seu lado.

Recebo cartões, envio cartões.

Coloco na árvore de natal, leio e quando desarmo a árvore eles vão juntos, costumava guardar....juntou muito, dei para o catador de papel, ele agradeceu bastante.

Na noite de Natal fico eu, meus cachorrinhos, meus gatinhos, meu amorzinho e 'as vezes minha mãe passa comigo, outras vezes visita amigas, amigos, parentes ou vai passar na praia com amigos da terceira idade e assim é que eu agora comemoro, e quando o relogio bate as doze badaladas da meia noite, saio lá fora, choro, oro, rezo, peço e imploro, por mim, por todos, entro e vou dormir bem abraçada com meu lindo namorado, meu amor, que eu espero seja para sempre até o meu fim...

Natal agora para mim é assim.

No dia seguinte acordamos tarde, apenas um café rapido e vamos almoçar fora e como o dia vôa logo chega a boca da noite trazendo com ela as asas da escuridão e de novo hora de nanar.

E assim passou a noite de Natal e o dia seguinte tambem.

Que diferênça!!!

Mas tudo na vida tem um começo, um meio e um fim.

Eu já tive o começo...tive o meio....agora o fim.

Onde andarão aqueles jovens bonitos, aquelas garôtas lindas de viver?...alguns eu sei, outros não, e sinto saudades da minha mocidade vivida em uma cidade pequena do interior paulista caipira pirapora que eramos, ainda somos, somos gente simples, simplórias, mas somos gente de fibra, fibra dobra mas não '' rebenta '', fica firme por mais que se estique...somos assim.

Mas choramos sim, fingimos que não, mas sabemos que houve um tempo que era '' bão '' e como tudo que é bom se acaba, o que era doce se acabou....outros tempos, outras eras, outras vidas que se foram pela porta e pela janela, e eu estava nela, ainda estou.

Saudades.

Dos antigos Natais.

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