SONHAVA...
De olhos cerrados e sono profundo
Sonhava…
Sonhava com águas tépidas de uma ilha inexplorada
Onde palmeiras serviam de abrigo
E girassóis me traziam à memória tempos da meninice
Sonhava com pequenas ondas que me lavavam o rosto
E sóis que me escureciam com a passagem do tempo
Uma ilha que parecia ter sido inventada para mim
Da cor dos lábios que eram o ADN do teu sorriso
Sonhava com o crepúsculo ao fim da tarde
Que abria as portas à lua minha companheira
Fazia-se silêncio…
Tão doce quanto as palavras caladas que me dizias
Aquelas palavras que só o olhar sabe definir
Numa interpretação sublime da cumplicidade
Sonhava com um mar que não adormecia
Que falava
Quando a sua viagem escalava a areia
Meu piso seguro, meu miradouro do horizonte
Que me mostrava um além tão distante
Menos longínquo do pensamento que nos unia
Era um manto de azul o que me rodeava
Era uma chama que me aquecia a alma
Sonhava…