APARECESTE DO NADA...

APARECESTE DO NADA…

Numa viela escondida da vida

Onde o silêncio absorve a brisa que passa

À cadência moribunda dos sonhos

Apareceste…

Apareceste do nada

Suave como uma pena que flutua

Ao som de uma melodia inacabada

E pousaste…

Encostaste a face no meu ombro

Como se a angústia do meu olhar

Fosse íman de atração entre dois seres

E choraste…

Lágrimas que me lavaram as mãos

Tão secas e inóspitas que me desolavam

Fica, pedi-te quase em convulsão

Para que o meu pranto se colasse ao teu

E juntos inventássemos um rio

Por onde navegassem as nossas mágoas

Não partas antes que veja o teu sorriso

Só o sorriso, sem palavras

Para que o encanto se esmere no silêncio

E adormeça sobre um leito de fráguas.

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 15/01/2013
Código do texto: T4085439
Classificação de conteúdo: seguro