APARECESTE DO NADA...
APARECESTE DO NADA…
Numa viela escondida da vida
Onde o silêncio absorve a brisa que passa
À cadência moribunda dos sonhos
Apareceste…
Apareceste do nada
Suave como uma pena que flutua
Ao som de uma melodia inacabada
E pousaste…
Encostaste a face no meu ombro
Como se a angústia do meu olhar
Fosse íman de atração entre dois seres
E choraste…
Lágrimas que me lavaram as mãos
Tão secas e inóspitas que me desolavam
Fica, pedi-te quase em convulsão
Para que o meu pranto se colasse ao teu
E juntos inventássemos um rio
Por onde navegassem as nossas mágoas
Não partas antes que veja o teu sorriso
Só o sorriso, sem palavras
Para que o encanto se esmere no silêncio
E adormeça sobre um leito de fráguas.