De coração vendado

A tal primeira impressão, quase sempre injusta, nos leva a crer que estamos certos, ignorantemente. No auge da arrogância, julgamos o outro sem conhecê-lo, entendê-lo, sem saber o que, de fato, pensa.

Essa primeira impressão é um descuido, erramos, porque estamos armados, sendo defensivos, preparados para enxergar e sentir o que é conveniente no momento. A primeira impressão é um enorme tormento.

Uma leve pausa:

"Não dá e nem se pode confiar em alguém ao primeiro contato; isso se chama estupidez.

Não dá para se apaixonar por alguém ao primeiro beijo; isso seria ingenuidade.

Fazer da primeira impressão, também ultima, é terrivelmente covarde e inoportuno, se faz da fuga de algo inaceitável a ponto de possivelmente perder um extraordinário futuro. Um dos prazeres de toda a vida é o ato diário da conquista, do aceitar e se melhorar com o novo, mudanças, no que consiste em poder se tornar melhor o amanhã caso o hoje não foi o tal presente."

E de volta...

E realmente, nada mudou, após a primeira impressão, tudo estará como antes, porque tudo já existia, esteve sempre aqui, todo tempo, e não foi percebido. Não é possível perceber algumas das maravilhas quando se está alheio da contrariedade, para ser mais específico, com uma venda no coração.