Não consigo escrever...
Sem ser...
Parte do escrito...
Não me importa...
Se o imaginado...
A duras penas... 
É feio ou bonito...
Sei que tem que ser.
Ou...
Vir a ser.

Sei que vou longe...
Sem sair do lugar...
Sei que sonho...
Acordado.

Vejo mares...
Montanhas...
Vejo a vida...
Por ser vivida.

Encontro caminhos...
Encruzilhadas...
Encontro túneis (sem luz no fim)...
Encontro uma estrada...
O fim do túnel.

Não sei porque?
Vejo pássaros...
Na natureza morta...
Almejo a natureza...
Em harmonia...
Com o homem...
Este ser devorador...
Que num processo canibal...
É capaz de devorar-se...
Insanamente...
Impunemente...
E o pior é quando este canibal...
Desumano...
Vira-se contra você...
Tão humano e profano...
Num teatro onde a cortina...
É desprovida...
De pano.
E eu, você...
Nos vemos desnudados...
Dos nossos sonhos...
Desejos...
Ambições...
Emoções...
Neste palco... 
De desrespeito...
Sem precedentes...
Desprezando o fato...
De sermos...
Gente...
Que sente...
O frio da desgraça...
A dor da perda...
Daquilo que não... 
Possui...
E perdido...
Foi... 
Doce deleite...
Almejado...
Tão desfigurado...
Pelo tempo...
Mas tão pungente e real...
No coração e alma...
Dos que sentem...
Que há esperança...
No sorriso da criança (que fomos)...
Na certeza do cristão...
Que sou...
Na infinita bondade...
De Deus...
Que...
Perdoa...
Pelo sangue derramado...
Na Cruz...
Este povo...
Que até hoje...
NAÕ SABE...
O QUE FAZ...
 Meu Jesus.
Perdão! 



  
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