TÚMULO VAZIO

João Hélio, Buiú, João Felipe, Marcelo, Sara, Luana e muitos outros. Meninos e meninas. Crianças. Vitimas da violência dos adultos. Registros macabros de uma sociedade marcada por escolhas individuais, sutilmente estimuladas pelo conceito de liberdade que não respeita nada e ninguém.

Sociedade que estimula o instinto; transforma o drama em espetáculo e ignora a dor dos que ficam. Sociedade hipócrita que grita por justiça, mas que elege, e reelege, os mesmos crápulas que perpetuam o coronelismo institucional que defende os interesses de poucos em detrimento de muitos. Sociedade que aceita a falência da família, da escola e do sentido de respeito, como uma “evolução” humana; Sociedade que, simplesmente, ignora, aqueles que jazem nas filas dos hospitais, que sofrem nos transportes públicos e que imploram para serem ouvidos por seus direitos; Sociedade que exclui Deus em nome de um humanismo que estimula o mais forte, mais bonito, mais rico e mais esperto. Sociedade que chora a morte de mais uma criança, mas propõe o aborto como solução para “questão do corpo da mulher”.

Mas é Páscoa; E a data lembra que o império da morte não prevaleceu. Assim, aguardo com fé, a Páscoa existencial que trará de volta o João, o Buiú, o João Felipe, o Marcelo, a Sara, a Luana e de muitos outros que nós não fomos dignos de tê-los conosco, e despertará em cada um, o amor que um dia ficou na estrada.

Feliz Páscoa!