A tirania do sentimento

Os sentimentos têm ações contraditórias, às vezes até surreais!

Forças estranhas parecem conviver em um mesmo espaço, mas em tempos distintos.

Não se sabe ao certo quando começam e quando terminam. Só se sabe quando se sente!

A mesma boca que te beija é a mesma que te agride, é a mesma que te censura, é a mesma que te perdoa...

A narrativa das palavras é movida pelo contexto de sua enunciação. São questões intrínsecas de um estado de ‘tensão’ que, muitas vezes, subverte o sentido da razão.

O choro é uma linguagem reagente ou reagida, um estímulo à reação, que, sem palavras, expressam o grito da dor ou da ilusão... Cadência dos devaneios psíquicos ou da razão pervertida.

O conhecer é um constante desconhecer, ao mesmo tempo em que se aprende a conhecer. São atitudes registradas em nossa memória, inquiridas pelo ‘Tribunal da Consciência’ com jurisdição indefinível.

Assim como há substâncias que controlam o nosso corpo [os hormônios], os sentimentos são ‘seres’ que ajudam a regular os nossos afetos vividos ou frustrados... Diante deles [os sentimentos] não temos autonomia. Somos arrastados pela força da correnteza do sentir, sem sabermos aonde se quer chegar.

Eles confundem a nossa mente, criam silogismos, transformam o vernáculo de nossas palavras numa linguagem indecifrável, mas, sentida...

Os limites desaparecem...

Os sentidos se misturam...

São frutos da mesma essência que jorra o existente e o inexistir...

O que dá vida e o que a faz morrer...

O Ser e o nada...

O Amor e o sofrer!

Luiz Carlos Serpa
Enviado por Luiz Carlos Serpa em 31/03/2013
Reeditado em 18/04/2013
Código do texto: T4217347
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