LIBERDADE IMPACIENTE

Estamos constantemente em busca de alguma coisa, algo que nos seja bom, algo que possa agradar alguém próximo de nós. Sempre buscamos melhorar o que somos, o que temos...

Há uma busca que se destaca, a busca pela liberdade. Liberdade de expressão, liberdade de imprensa, liberdade religiosa, liberdade para horários, enfim, queremos ser livres de tudo que nos aprisiona. Mas, muitas vezes, nos esquecemos que liberdade implica escolhas, definições, decisões.

Trago à lembrança a Parábola do Filho Pródigo (Lc 15, 11-32). Pródigo significa esbanjador, fanfarrão, baladeiro desenfreado, gastador! Em busca da liberdade, o filho esbanjador decidiu afastar-se do pai e viver sua liberdade em território diferente com autonomia. Alimentou-se de tudo que era diferente da casa paterna. Por fim, acabou a fortuna, e continuou a viver em território diferente, mas sem autonomia, sem direitos, sem pátria, sem amor, sem carinho, sem atenção, oprimido, machucado, angustiado, passou a viver como um forasteiro.

A parábola nos lembra essa nossa busca pela liberdade. Liberdade impaciente, inquieta. Buscamos nossa liberdade, não medimos esforços por exigir de Deus nossa herança, que é nossa capacidade de amar e pensar, mas não sabemos usá-la. Nos afastamos de Deus, certos de que temos amigos nesses momentos, mas, longe do Pai, percebemos que não aprendemos tudo, e começamos a andar como forasteiros, sem rumo, sem meta, sem dignidade... chega, então, o momento de olharmos para nossa realidade e reconhecer que não fizemos a coisa certa. É a hora de deixarmos a liberdade inquieta e partir em busca liberdade segura!

O momento de grande importância nessa parábola está na decisão de se levantar! Quando assumimos essa postura de levantar e viver nossa liberdade em Deus e com Deus, estamos vivendo o momento da reconciliação. Temos vergonha de encarar esse momento com Deus, com os amigos, com os pais... mas esse momento é sublime e é um imenso ato de simplicidade, humildade e verdade.

Há quem defina essa liberdade como atitude revolucionária. Revolucionar é próprio da humanidade. Viver é próprio de Deus. Sejamos humanos em nossas atitudes, sem nos afastar da divindade. Por isso, precisamos refletir a vida, as atitudes, as palavras, os gestos...

Vamos aprender e crescer com as atitudes do passado. Mas não vamos remoer os erros, isso só traz sofrimento e aprisiona. Vamos buscar a liberdade das prisões que nos açoitam e viver a liberdade impaciente de sempre buscar a paz, o perdão, a reconciliação, o Amor.

Toninho Miguel
Enviado por Toninho Miguel em 23/03/2007
Código do texto: T423161
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