O Ser da História
O SER DA HISTÓRIA
Ludmila Pena Fuzzi
Sou o que todos são, sou uma folha caída em um chão sujo, uma jóia brilhante no pescoço de uma rainha. Sou a brisa que beija a face do mundo e a larva que escoa do ceio da Terra Mãe.
Ser não é sentir-se eu, ser é sentir-se nós.
Sou o brilho dos olhos das crianças africanas, sou um fio do veludo usado pelos czares. Sou a ponta aguda das flechas dos grandes índios guerreiros e um átomo do Grande Nilo.
Sou o grito oprimido dos escravos, sou o aroma dos grandes cafezais. Sou a marcha do Exército Romano e as lágrimas dos servos feudais.
Ser não é sentir-se eu, ser é sentir-se nós.
Sou as luzes dos iluministas, sou a corda no pescoço dos mártires. Sou as medalhas de Napoleão e Hitler, e a esperança dos revolucionários e dos judeus.
Sou o vapor das grandes indústrias e o pó do carvão nas mãos dos proletariados. Sou o sol dos astecas, o brilho dos incas e a grandeza Americana.
Ser não é sentir-se eu, ser é sentir-se nós.
Sou o sonho das cruzadas e o medo dos palestinos. Sou a terra prometida e o vinho dos Senhores Feudais. Sou as pinceladas renascentistas e a transformação moderna.
Sou o verde e amarelo marcado na face estudantil, sou a hegemonia dos EUA. Sou à alegria mexicana, o gingar baiano, a nota mais alta da ópera italiana. Sou a chama Yorubá e o estalar do ferro fundido pelo ferreiro dos grandes Cavaleiros.
Sou a democracia, a ditadura e o sonho de Maquiavel. Sou as palavras de Descartes e a busca da verdade.
Não tenho vida, mas sou a própria vida;
Não sou as respostas, sou a interrogação;
Não sou a fé, mas sou a compreensão da fé;
Não sou ser Humano, mas sou o berço humano;
Não sou o tempo, mas sou à harmonia que afina o tempo.
SOU A HISTÓRIA !!!!!!