Judas

“Quantas vezes ela pensou em desistir?

Quantas vezes ela disse que aquela era a última vez?

E por quantas vezes ela resolveu tentar de novo?"

(...)

E depois de tanto nadar, finalmente ela havia chegado a encosta de um rio. Ela estava cheia de lama, deitada no consolo do seu desespero, observando um céu alaranjado que pairava sobre a sua dor.

Estava difícil! No auge da sua falência interior, ela procurou manter a calma. No contrapasso da sua insuficiência, controlou a respiração e seguiu seu caminho. O sol era fraco, a noite já vinha lhe cumprimentar. Suas roupas molhadas, cheias de lama custavam a secar... Ela não carregava nada além de arrependimentos e palavras não ditas.

Sentia tamanha tristeza por ter se perdido naquele barco furado.

Ela queria consertá-lo!

Ela só queria navegar em águas tranquilas com seu barquinho de papel.

De repente lá estava ela, desesperada por ter naufragado novamente. Desesperada por não conseguir acreditar que era acreditável!

Inacreditável!

Ela continuava caminhando pela encosta daquele rio de lágrimas. A noite trazia um vento gelado que a fazia lembrar do porquê estava assim.

Ela tinha que voltar para casa. Voltar e tentar tudo de novo. De novo. E nunca desistir.

E nunca parar.

Aprender a acreditar! Era o milésimo teste!

Pela milésima vez, o milésimo passo.

Ardia em seu rosto aquele milésimo tapa!

Mas ela jamais trairia aquela dor!

Taie
Enviado por Taie em 17/04/2013
Reeditado em 17/09/2013
Código do texto: T4246040
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