UM CAFÉ...
Acenei-te ao longe
Braços no ar
Olhos direccionados
Voz forte
Como se estivesse a mandar destroçar uma secção de combate
Porque a forma apressada como caminhavas
Te desviava o sentido de tudo o que te rodeava
Ouviste e viste… sorriste, paraste
Encurtei a distância que nos separava
Convidei-te para irmos tomar um café
Hesitaste…
Anuíste, como se tudo o que te esperava perdesse sentido
Propus uma esplanada junto ao mar
Onde o ruído da chegada das águas
Conjugasse com o terno gesto na diluição do açúcar
Bebeste…
Enquanto bebias os meus olhos não saíam dos teus
Perguntaste: porque me olhas assim?
Quero sentir como reages aos momentos simples da vida
Coraste, respondendo sem palavras
Como se nunca alguém te tivesse falado assim
Trocámos ideias, relembrámos passados
Assentes num presente que tudo transviou
Seguimos por passeios diferentes
Ao longe olhámos para trás e sorrimos
Irradiámos felicidade
Porque a vida é feita de pequenos nadas