O QUE LHE RESTA?

Maldito sofredor, aquele que sofre sem prévio aviso.

Luta, chora, morre por um sorriso.

Tenta ser feliz na guerra, mas não consegue.

E a cada minuto do dia, o vento assovia e diz: "Se enterre".

Trabalha, e prepara pra não ter descanso.

Enquanto minha alma chacoalha, eu não me canso.

De ver meu coração parar pra eu poder raciocinar.

O que eu consigo ou não consigo, o que tenho ou não tenho,

O que eu simplesmente alcanço?

Mais um passo pro abismo, onde tudo começou.

Você quer sair da lama e volta pro lugar onde mais sente dor.

Pelo amor, amante da noite, descaso quando tudo some.

Suor, fadiga, lembranças, paixão e fome.

Poesia, água, migalhas de pão.

Memórias, afloradas num peito em decomposição.

Não ter tempo, de analisar o momento, ver tudo ir embora.

Não reconhecer o momento de ter tempo pra se perguntar, “e agora?”

Mesmo com o sol rachando, eu me sinto no escuro.

Mudo de caminho, mas continuo batendo a cara no muro.

Pra onde vou eu penso, porque estou aqui, eu praguejo.

Mais um dia em que eu não vejo, mais um dia em que pelejo.

Mais um dia em que sobreviver é um desejo.

Promessas que não se cumprem, verdades que não se realizam.

Sonhos que se acabam, pesadelos que te avisam.

Sente saudade sente, de tudo o que você viveu.

Hoje é dia de luto, tudo o que você sente falta, morreu.

Lembranças assassinam as esperanças, e o que lhe resta?

Somente, pedir ajuda pra Deus...

Vinicius Afonso
Enviado por Vinicius Afonso em 25/05/2013
Reeditado em 29/10/2013
Código do texto: T4308924
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