CEGUEIRA...
Conheci-te em tons das cores do arco iris
Formosa, linhas que me dava prazer explorar
Como escultor acaricia a deusa que tem entre mãos
Não havia pedaço que não conhecesse
Desde os limites do sensual
Aos pequenos contornos da simplicidade
Fechei os olhos
Numa cegueira ingrata e pecaminosa
Passaste ao subconsciente da imaginação
Sem corpo concreto e reduzida silhueta
Sentia-te o cheiro mas não te via a forma
Sabia-te de frente porque absorvia o teu respirar
Sorrias porque as tuas palavras irradiavam sentidos
Havia todo um passado de conjugação perfeita
E as minhas mãos espraiavam-se em ti
Como se o sol me desse a luz do caminho certo
Como se os meus lábios soubessem onde estavam os teus
E os teus peitos fossem almofada de fino recorte
Abraçados num corrente indestrutível
Pernas entrelaçadas como peças inseparáveis
Sussurros comuns que anteviam o amanhã
Hoje sei…
Que não preciso ver-te para te sentir tão perto !...