CEGUEIRA...

Conheci-te em tons das cores do arco iris

Formosa, linhas que me dava prazer explorar

Como escultor acaricia a deusa que tem entre mãos

Não havia pedaço que não conhecesse

Desde os limites do sensual

Aos pequenos contornos da simplicidade

Fechei os olhos

Numa cegueira ingrata e pecaminosa

Passaste ao subconsciente da imaginação

Sem corpo concreto e reduzida silhueta

Sentia-te o cheiro mas não te via a forma

Sabia-te de frente porque absorvia o teu respirar

Sorrias porque as tuas palavras irradiavam sentidos

Havia todo um passado de conjugação perfeita

E as minhas mãos espraiavam-se em ti

Como se o sol me desse a luz do caminho certo

Como se os meus lábios soubessem onde estavam os teus

E os teus peitos fossem almofada de fino recorte

Abraçados num corrente indestrutível

Pernas entrelaçadas como peças inseparáveis

Sussurros comuns que anteviam o amanhã

Hoje sei…

Que não preciso ver-te para te sentir tão perto !...

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 29/05/2013
Código do texto: T4315546
Classificação de conteúdo: seguro