O Amor Eros

Ninguém ama o outro mais do que a si mesmo, e quando dizemos: -"morro por ti!" não passa de uma expressão da nossa própria vaidade que massageia o nosso próprio ego nessa frase que soa elevada demais para os meros mortais chamados de outros, que não é o nosso caso, pois somos mais que os outros, nos consideramos assim mesmo sem perceber. Amamos mais do que os outros, somos demasiadamente elevados, somos o máximo a ponto de estarmos prontos para definhar por outrem, essa é a nossa definição ainda que secreta e recôndita: mera ilusão...Estamos apenas expressando o amor por aquele ser que reluz no espelho toda manhã: o narcisismo nos domina beijo a beijo. Amamos mais a nossa própria pele, e sob situação extrema salvaríamos a nós mesmos enquanto a morte tragaria o outro diante dos nossos olhos, enquanto nossa mentes pensariam: -"eu fiz tudo que pude", em tom sentimental de desculpa.

Não estou apelando para que o amor seja em nós algo divino, e acho mais sensato que o amor seja dessa forma descrita, pois soa mais humano e menos utópico. Quem disse que o amor humano tem um compromisso irremediável com o romantismo e o divino? Isso é exigir demais de nós humanos, demasiadamente humanos. No amor supra humano, neste eu não creio. o Amor é limitado, fronteiriço e falho, e isso afirma nossa humanidade, sendo belo em si mesmo. Mas o conceito de amor que a humanidade teima em nos vender beira o divino, o sagrado e a perfeição que nunca atingiremos. O Amor não é vinculado a premissas morais, saibam!

Alias, se existisse um amor que valesse realmente a pena, não deveria chamar amor, pois este termo já traz em si mesmo um destempero incorrigível.

Profano
Enviado por Profano em 01/06/2013
Reeditado em 14/11/2014
Código do texto: T4320417
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