Pensamento 175

Quando, por fim, raiou o sol, o lobisomem estava já sem excesso de pelos, vestido de monge. A seu lado, a mulher que sofrera as violências da noite comum, depois de um pesado sono, acordou e logo se agarrou ao hábito do monstro para implorar auxílio. - Salve-me, salve-me, gemia. E o agora monge, com falso pudor, estendeu sobre a nudez da vítima a roupa que, anteriormente, lhe arrancara pela força. Na altura de escolher os melhores, a mulher votou no monge.

Edgardo Xavier
Enviado por Edgardo Xavier em 06/06/2013
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