Coincidências

Minha mãe sempre diz que com o dia a dia a gente vai criando casco, como o de uma tartaruga mesmo; que com o tempo, a gente aprende a estar preparado para cada tipo de ocasião. E aprende que nem tudo tem o tamanho da importância que depositamos.

Às vezes penso que os astros têm um dedinho nisso; às vezes, cabe à falta da ciência e ao excesso de empirismo não pautado ao empregar palavras e acentos em outros contextos, que não os de costume. A mesma liberdade que dá asas à imaginação, condena pelos resultados encontrados no fundo da caixola. E quanta sinestesia em uma só manhã!

O fato é que tenho ouvido as mesmas deixas, os mesmos relatos, as mesmas sobreposições de frases de pouco fundamento. As coincidências acometem os meus pensamentos, e, como num desvario, ainda me sinto presa ao chão, mas a ânsia de viajar por entre os labirintos da alma de outrem deslumbram meu bem-estar.