Fábula Moderna

Levante a âncora do barco de papel

Viaje nesse cruzeiro em um oceano de sabão

Somos tão espertos que podemos construir

Dezenas de banheiras com gessos clínicos

E assassinar ratos para cozinhar seus fígados

Fumando seus dejetos em cachimbos de milho, como cães

Raivosos que mutilam suas vítimas por um pouco de ração

Libando litros de cafeína eu me entorpeço

Posso ir no mercado e pagar um preço

Por pedaços de carne putrefas ou sadias, vagando pelos corredores do Consumo, por instinto e por costume,

Como minhocas que anexam o humo, preparando solos férteis

Para plantação de legumes; E em subito estupor, contemplo o esplendor Das prateleiras, reflitindo sobre o trabalho de hermafroditas sem nome, Operárias inconscientes do esparso que saceia minha fome

Meditações orientais efusas em minúsculas partículas

As mesmas que me sustentam ao jugo suicida

De carneiros pervertidos que se autodenominam entendidos

Destoando do ingênuo para o intento de sua essência macabra

Exercendo a tirania dos que açoitam pela sina de "matar pela própria vida"

Sem o impacto avassalador das palavras frívolas, a moral foi corrompida

Destarte sua única alegria, é dançar no chiqueiro da ignomínia, e celebrar Sua decadência nos ideias de igualdade

Libertem-se gorilas de saturno, temam lendas e infortúnios;

Engendrando seu autofolclore

A mula que queima se queima de ódio, de cavalgar por vielas e becos Escuros, e quando encontrar a luz que ilumina o mundo, se confrontar com Os limites do absurdo, de ter de vislumbrar esse animal imundo, que se Autoproclama dono do universo

Deveras formiga, efêmera formiga, que se esforça por matérias equívocas, Semeando sua própria ingratidão.

Exibição Atrocida
Enviado por Exibição Atrocida em 01/04/2007
Reeditado em 01/04/2007
Código do texto: T433702