Fábula Moderna
Levante a âncora do barco de papel
Viaje nesse cruzeiro em um oceano de sabão
Somos tão espertos que podemos construir
Dezenas de banheiras com gessos clínicos
E assassinar ratos para cozinhar seus fígados
Fumando seus dejetos em cachimbos de milho, como cães
Raivosos que mutilam suas vítimas por um pouco de ração
Libando litros de cafeína eu me entorpeço
Posso ir no mercado e pagar um preço
Por pedaços de carne putrefas ou sadias, vagando pelos corredores do Consumo, por instinto e por costume,
Como minhocas que anexam o humo, preparando solos férteis
Para plantação de legumes; E em subito estupor, contemplo o esplendor Das prateleiras, reflitindo sobre o trabalho de hermafroditas sem nome, Operárias inconscientes do esparso que saceia minha fome
Meditações orientais efusas em minúsculas partículas
As mesmas que me sustentam ao jugo suicida
De carneiros pervertidos que se autodenominam entendidos
Destoando do ingênuo para o intento de sua essência macabra
Exercendo a tirania dos que açoitam pela sina de "matar pela própria vida"
Sem o impacto avassalador das palavras frívolas, a moral foi corrompida
Destarte sua única alegria, é dançar no chiqueiro da ignomínia, e celebrar Sua decadência nos ideias de igualdade
Libertem-se gorilas de saturno, temam lendas e infortúnios;
Engendrando seu autofolclore
A mula que queima se queima de ódio, de cavalgar por vielas e becos Escuros, e quando encontrar a luz que ilumina o mundo, se confrontar com Os limites do absurdo, de ter de vislumbrar esse animal imundo, que se Autoproclama dono do universo
Deveras formiga, efêmera formiga, que se esforça por matérias equívocas, Semeando sua própria ingratidão.