A MÃO...
A MÃO…
Sei que dormias
Perdoa ter quebrado o ritmo do teu momento
Mas quero pedir-te que passes a mão pelo meu peito
Como se fosses o médico a quem me queixei de dor
Passa suavemente e sente o bater do coração
Conta os rios que navegam dentro de mim
Trava os ventos que me inquietam
Seca as lágrimas que ameaçam fugir para o exterior
Não, não são lágrimas que me escorram pela face
Por isso não derives a mão para os meus olhos
Deixa-a estar bem colada ao peito
Onde o pulsar é o relógio que me mantém vivo
Cansado de tanto vibrar intensamente
Não precisas de calcar como se fizesses parte de mim
Basta que a minha pele sinta o calor que lhe transmites
Como fogo que se sente e não se vê
Como água que se deseja no árido deserto
Põe a tua mão no meu peito
Deixa-me adormecer sentindo-te.