A MÃO...

A MÃO…

Sei que dormias

Perdoa ter quebrado o ritmo do teu momento

Mas quero pedir-te que passes a mão pelo meu peito

Como se fosses o médico a quem me queixei de dor

Passa suavemente e sente o bater do coração

Conta os rios que navegam dentro de mim

Trava os ventos que me inquietam

Seca as lágrimas que ameaçam fugir para o exterior

Não, não são lágrimas que me escorram pela face

Por isso não derives a mão para os meus olhos

Deixa-a estar bem colada ao peito

Onde o pulsar é o relógio que me mantém vivo

Cansado de tanto vibrar intensamente

Não precisas de calcar como se fizesses parte de mim

Basta que a minha pele sinta o calor que lhe transmites

Como fogo que se sente e não se vê

Como água que se deseja no árido deserto

Põe a tua mão no meu peito

Deixa-me adormecer sentindo-te.

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 22/06/2013
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