POUPA-ME, SE TE FOR POSSÍVEL

No início da noite de 04 de julho de 2013

Por favor, por algum amor, poupa-me de qualquer mais dor. Poupa-me, o que te for possível, do teu tão visceral desencantamento, da tua falta quase absoluta de fé nos bons propósitos dos outros (refiro-me a relações pessoais), na verdade dos sentimentos. Mais um pouco de dor, pela palavra escrita, que é tudo o que me pode objetivamente chegar nestes tempos da vida, no estado de fragilidade em que me encontro, em todos os sentidos, sou capaz de quebrar de vez e não posso, não tenho o direito de quebrar de vez. Tenho o dever de não quebrar de vez. Tenho o dever de. Seja como for, com as forças que conseguir encontrar, preciso prosseguir. Já pouco, quase nada por e para mim, mas, por ela, para ela. Por favor, poupa-me de mais dor, de mais sentimento de perda. Já não cabe qualquer sentimento de perda, por mínimo que seja, em mim. Não cabe mais. Isto é uma súplica? Sim, é uma súplica. Ao amor, ao afeto, ao apreço que tenham sobrevivido em ti, por mim. Em algo ainda preciso crer. Em algo ainda preciso crer.

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