Tentei olhar  no fundo dos meus olhos
para fazer conexão com a luz da minha alma
e na ante-sala deste encontro que pedi passagem
não reconheci no rosto o ente que o buscava.

Sentí-me tão  distante e desconhecida do que fui
que percebi num instante que nunca soube quem eu era.

Senti a fragilidade deste ser tão só num mundo
catalogando experiencias, identidades distorcidas
como um sentenciado Sísifo a rolar inquietações
renascendo entre os vales misteriosos desta vida.

Entendi que a decadência fisica do meu corpo
antes esfuziantemente tão  jovem e belo
é nada mais que um sinal dado pela vida
de que o fim da caminhada se aproxima.

Encolhi-me de medo diante da minha finitude
e temi o encontro inexorável com a morte certa
e chorei diante do destino que me desperta
e entendi que somente existo e sou eterna
neste momento agora, que é tudo que me resta..

 

Mariangela Barreto
Enviado por Mariangela Barreto em 17/07/2013
Reeditado em 23/07/2013
Código do texto: T4391544
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