Idade suficiente

Destrutivos são os horizontes que, mal sonhados, menos desejados, apunhalam-te pelas costas. Ávidos, astutos, em terra íngreme se constroem. Disfarçam-nos, pois, reafirma-te!

Diz-se de tantos outros sofrimentos que, logo sei bem certo, não se vai eterno, não se é o único, não se é o maior. Diante deste calvário, o homem busca algo fora do trivial.

Aprazível instancia do ideal! Harmonioso desequilíbrio consubstancial.

As pessoas mudam e, eu, mudei! Mudei de rumo, mas não de endereço. Mudei de feição, mas não de nome. Então, ao menos meu nome você sabe, não? Minha idade, minha paixão, o motivo do meu sorriso, da minha lágrima? Certeza que não!

Tenho idade suficiente para ser quem sou. Idade suficiente para dizer que aprendi muitas coisas e que, ainda, nada sei da vida. Idade suficiente para ter me apaixonado várias vezes, para ter me machucado, amadurecido, sido tudo o que eu podia ser.

Tenho idade suficiente para dizer que sou mais do que pensas que sou, para dizer que tenho sentimentos, que não sou perfeita. Idade suficiente para assumir meus erros, arcar com as consequências, tomar decisões, ouvir alguém mais experiente, acatar conselhos bons, ser influenciada por coisas positivas.

Somente tenho idade para assumir responsabilidades, correr atrás dos meus objetivos, sonhar, mergulhar em versos, fugir do impossível. Sou de opinião, sou tímida, sou extrovertida com quem conheço. Gosto de uma boa conversa. (ora e quem não?!)

Um bom carinho às vezes cai bem, um olhar, uma palavra, um sorriso, um toque, um silencio.

Quero que alguém se importe, que alguém pergunte sobre meu dia, exatamente como faço todos os dias. Que me deseje um bom dia, que queira apenas escutar. Bom, queria que eles fossem assim, exatamente como sou. Certas coisas são injustas e dolorosas, confesso.

Sou forte diante do mundo, mas o sentimento me consome e, enfraqueço diante de tantos motivos ímpios. Queria que fosse mais próximos e que me deixassem realmente fazer parte do mundo que insistem em dizer que é "NOSSO".

Hora de dizer "CHEGA!" , antes que os papéis se manchem com tanto sangue derramado dos olhos e as lágrimas que gotejam do coração.