Sobre Barquinhos de Papel

(lembranças esquecidas de um tempo em que eu descobria praias perdidas ao virar a esquina)

11.09.2011 - Pensamentos soltos

Eu ainda não dormi e são sete horas da manhã. Aqui vente frio e chove. Um pombo branco visita insistentemente o quintal. O sono tarda mas não falha. Queria você por perto. O cheiro do café do vizinho entra pelo nariz. Aqui, todos dormem. Foi sábado e foi bom. Queria mesmo era um vinho no píer com você... podia ser cerveja... ou coca, vodka, suco de acerola... o que importa é a companhia! Eu te amo, mas não falo. Você some mas volta... você sempre volta. Reclamo, mas gosto. Eu queria acordar e ver você dormindo e depois tomar café sem garrafa térmica e caminhar na Vila. Sabe aquela praia bonita que a gente descobriu? Bem que podia ser aqui na esquina! Eu bem que podia ter um barco, e sentir teu cheiro (que eu não me lembro mas sei que gosto) e ter mais tempo e dinheiro e uma tesoura que cortasse a estrada. Eu bem que podia ter tua boca na minha e teu abraço curando meu medo. Fogos de artifício. Eu podia prestar mais atenção em você do que na sua rebeldia. Eu tenho uma porção de planos, mas trocaria pelo Bonete. A chuva parou mas o sol não veio. Eu te amo mas não falo. Eu já disse isso. Sinto sua falta até na implicância. Eu nunca mais usei aquela calça. Se você estivesse lendo isso estaria rindo. Queria ouvir de novo o "meu amor" que você dizia mas disfarçava. Eu queria que fosse amor.