Como era verde o meu Vale! 2

Como era verde o meu O meu Vale... !

Parte 2.

Os atos antigos e saudosos do meu coração contam ao leitor ao leitor um pouco sobre a passagem de minha infância sobre o lugar onde eu morava.

Um pequeno vilarejo chamado Sousas distrito de Campinas, antigamente era chamado de Arraial de Sousas, la tem montanhas e algumas arvores, era como um lindo Vale verde musgo que se recortava no azul do Céu com suas nuvens brancas e ao longe de La debaixo no quintal de minha casa dava para ver algumas vaquinhas branquinhas, amarelinhas, pretinhas, e malhadinhas a vista das montanhas, vales, arvores e o azul do Céu parecia uma pintura de um quadro poético e muitas vezes eu minha irmã, minhas primas e amiguinhos subíamos até a montanha e fazíamos Pique-nique La em cima na montanha embaixo de uma pequena mas agradável Arvore, bebíamos Suco de Uva ou de Morango na Jarra bem geladinho com pedrinhas de gelo era o famoso e antigo Ki suco! A gente ficava com a língua vermelha e um mostrava a língua para o outro e era só risada.

De La de cima a gente descia escorregando com folhas de caixas papelão e era uma delícia, descíamos, contudo e riamos muito em nossa diversão infantil e subíamos de novo para escorregar outra vez e era só alegria... De La de cima da montanha dava para ver boa parte do vilarejo e também todo o telhado de minha casa e era uma vista bem linda... Um dia la na montanha eu estava olhando para o telhado me veio um sentimento estranho de saudade antecipada...! Pensei meu pai e minha mãe estão la, mas o tempo passa e um dia tudo mudará meu pai sendo bem mais velho do que minha mãe pensei um dia ele morrerá, minha mãe envelhecerá, eu irei crescer e tudo isso se acabará e me veio uma leve tristeza saudosa, porque sempre desde criança sempre fui e sou muito sentimental e choro atoa e sou muito saudosa das coisas de outrora... Mas quando a gente é criança nos distraímos com qualquer coisa e veio minha prima Stela percebendo meus pensamentos me puxou pelo braço e disse ___ Vamos escorregar de novo ta muito gostoso aqui na montanha e fui escorregar e a tristeza foi passando. Mais uma vez digo ao leitor que não sei por que desde quando era criança, eu sempre tive sentimentos saudosos e o choro a flor da pele.

Lembro-me de minha mãe fazendo doces no fogão a lenha dentre muitos doces que ela fazia eu me lembro mais dos doces de Cidra, doces de leite e doces de goiaba, minhas irmãs e primas separavam as sementinhas da goiaba para ajudar minha mãe nesse trabalho.

No quintal de minha casa tinha uma mesa bem grande de madeira de imbuia onde muitas pessoas vinham se alimentar, meu pai saia na rua com o prato na mão chamando as pessoas e elas vinham e ele alimentava muitas pessoas carentes da região e DEUS nunca nos deixou faltar o alimento, quanto mais ele e minha mãe alimentava as pessoas mais DEUS nos dava, um dia aconteceu da acabar a comida e foram comprar mais e uma das pessoas disse a meu pai: ___Nossa comeram tudo e o senhor nem comeu nada! E meu pai disse: ___ Não tem problema, só de eu ver vocês comendo eu já me sinto alimentado. E isso me marcou muito e lembro- me dessas poucas mas fortes palavras de meu pai até hoje...!

Lembro-me das coisas da época, os discos de vinil, tinha um com um desenho de um Urubu, e quando o disco rodava na vitrola o urubu rodava junto e eu morria de rir e falava pra minha mãe que ele iria ficar tonto, outro disco tinha a metade de uma maçã... Lembro-me da estante de ferro que tinha em nossa sala e de seus enfeites, umas vaquinhas brancas de machas pretas que parecia serem feitas de veludos, uma garrafa de madeira com as tacinhas também de madeira, uma miniatura de maquininha de costura... Lembro-me do mês do Natal minha irmã mais velha a Nali arrumando a Arvore de Natal, lembro- me de suas bolas coloridas e dos desenhos em alto relevo de algumas bolas que pareciam pingos de água e também me lembro do presépio e de um belo e poético quadro que tinha na parede pintado a mão óleo sobre tela era um quadro de época, uma linda moça loira com um vestido armado acho que de cor rosa e um cavaleiro muito elegante em seu cavalo preto a cumprimentando e uma linda paisagem por trás com uma grande casa e tinha outro quadro também de óleo sobre tela a mão que era um rosto de um menino loiro de olhos azuis parecia um Anjo... Outro quadro pintado de umas crianças embaixo de umas arvores comendo maçãs e brincando.

Os moveis de minha casa eram clássicos e trabalhados mesas com pernas torneadas, mas era uma casa simples, era só um estilo de época.

Lembro- me da Valentina e Miguel Pivelli um casal da irmãos velhos e solteiros, Bruna tinha as unhas pretas, mas fazia um tempero de salada e de carne com ninguém, até hoje tenho vontade de comer salada ou carne com o tempero que ela fazia.... Miguel fazia sestas de vime trançados no quintal da casa onde moravam.

Por isso amo o País da Inglaterra, com sua estrutura clássica e torneada lembra muito das coisas de minha infância.

Uma Rosa feita de metal dourado em cima da mesinha da sala e a cor da parede da sala de minha casa era de um azul forte e suave ao mesmo tempo não muito escuro e não muito claro e um sofá bordô, ou cor de vinho, isso dava um belo contraste de cores com o azul da parede... Ao lado da porta da sala avia um relógio Cuco daqueles que o passarinho saia e cantava quantas vezes fosse a hora... Banbys de pelúcia, uma boneca de pelúcia em cima da cama de meus pais dentro dela era para guardar roupas intima era bem legal, uma boneca de palha bem feita de pernas compridas na parede... Esses objetos de minha casa me dão muita saudade...!

Minha irmã Ester e meu pai sentavam na calçada nas noites de verão e jogavam pedrinhas para cima e as amparavam com as mãos (brincadeira antiga) e contavam as estrelas... A tarde Ester ficava em cima da Arvore que tinha no quintal e cantava uma canção de Roberto Carlos da época chamada Rosita. Rosita, Rosita... Só a ti eu quero bem

Eu vivo tão triste

Sozinho e abandonado

Rosita, Rosita

Vem viver a meu lado

Rosita, Rosita.

Eu e minha prima Marilene, mas todos a chamava de Lene e brincávamos na Mangueira subíamos em seu tronco e brincávamos de pilotos de Avião e dizíamos uma para a outra alô cambio... Quando eu e minha prima Lene nos encontrávamos era a maior festa e alegria, e inúmeras bagunças meu tio Darci tinha um fusca acho que vermelho ou bordô e eu e a Lene íamos no caixote que tinha atrás cantando: ___ O carro é lata velha, o carro é lata velha... ! Até que meu tio ou outra pessoa da família ficavam bravos e diziam para a gente parar e ai parávamos, mas cantávamos baixinho ___ O carro é lata velha, o carro é lata velha... ! E era só risada. Que saudade!

Meu tio ficava sentado na mesa da cozinha lendo Jornal e eu e a Lene embaixo da mesa enchendo o sapato dele de açúcar ou arroz e ele ficava bravo e eu e a Lena riamos até...!

Tenho saudade da Igreja onde nasci a Assembléia de Deus ministério de Madureira tenho saudade da Banda antiga da Assembléia de Deus com seus instrumentos musicais e lembro- me bem do grande Sousafone e do irmão Ado que tocava assoprando, ele era um homem baixinho e o Trombone era maior do que ele e suas bochechas pareciam que iam estourar e ele ficava vermelho ao tocar o grande instrumento! Ainda ouço o começo do ensaio dos instrumentos para começarem a tocar parecia que os instrumentos falavam e conversavam um com o outro sobre os Hinos que iriam tocar com alegria! Ainda hoje ouço a voz de meu pai bem nítida cantando Uma Flor gloriosa, Campeões da luz, O Evangelho da salvação, Grata nova, Sobre a terra vou andando, Abraão e seu sacrifício e muitos outros belos Hinos saudosos e poéticos da nossa Harpa Cristã. Tenho muita saudade dos irmãos de outrora que se encontram na Glória com O SENHOR. Lembro- me até das caixas forradas com veludo onde eram guardados os instrumentos! Na Escola Dominical, tenho saudade de uma professora americana da Igreja do seu Domingos ela chamave- se Jinny e a primeira passagem bíblica que me lembro quando me dei por gente foi A Dracma perdida e a historia de Ester. Depois me mudei e em minha casa nova tinha a garagem para guardar carros e eu e a Lene brincava andando em círculos e cantando uma musica da época Dominique nique nique , seu príncipe encantado seu eterno namorado que não cansa de esperar e levantávamos cedo e em casa tinha uma cachorrinha Pequinês e a gente corria com ela na rua e ela corria atrás da gente, ela tinha um paninho que costumava morder e travava os dentes no pano e a gente erguia o pano com ela junto! Quando a Lene vinha me visitar minha mãe me dizia com seu jeito simples: Ô minina a Lene ta vindo ai quando vôceis se encontrá não fiquem com aquela risaiada não heim... ! Senão quando ela for embora você vai cair na peia! Quando eu ia na casa dela brincávamos muito, mas chegava a hora de ir embora ela me escondia embaixo da cama, dentro do guarda roupa e quando ela ia La em casa era a mesma coisa, mas tinha que ir embora, fazer o que... Quando ela dormia em minha casa ou eu na casa dela levantávamos de madrugada para assaltar a geladeira e para não fazer barulho íamos imitando passos de bailarina e morríamos de rir disso mas riamos bem baixinho para não acordar o pessoal da casa...também ao abrir as portas dos armários que faziam barulho tossíamos para nossa mãe não escutar o estralo das portas dos armários e riamos muito e bem baixinho com as mãos na boca, ai que saudade...!

Lembro-me de minha irmã Leia namorando na área de casa e minha mãe sondando pela janela da sala e estralando as pernas, mas era um namoro decente e sem dar o que falar e eu chegava de mansinho rindo baixinho com a mão na boca e eles riam e brincavam comigo.

Quanta saudade desse tempo... !

Hoje tudo esta mudado, as coisas os namoros, os moveis e os enfeites das casas e a vida... Hoje não existe mais aquela montanha de vale verde musgo, porque plantaram imensos eucaliptos e ficou bem feio o lugar, as pessoas não são mais as mesmas os muitos dos moradores antigos já morreram e ficaram seus filhos e netos com outras historias... Eu queria muito voltar a esse tempo antigo e bom onde meu pai era vivo forte e jovem e minha mãe era mais jovem e forte e eu era criança e vivia protegida nas entranhas de meu lar... Ah se eu pudesse voltar no tempo...!

Mas mesmo que tudo mudou e os dias mais belos depressa se foram DEUS me deixa a rica e bendita promessa de que sempre comigo estará. CRISTO O LÍRIO dos Vales nunca mudará... CRISTO A LUZ CELESTE que brilhava em minha infância, brilha com o mesmo brilho ainda hoje e me diz que sempre comigo estará, como esteve nesses belos dias de outrora.

Mas mesmo assim nos tempos de hoje quando vejo montanhas lembro- me de minha infância querida e de Como era verde o meu Vale!

Autora: Rute Rodrigues Pimpim.

17_07_2013.

Biarutte
Enviado por Biarutte em 08/08/2013
Reeditado em 18/03/2016
Código do texto: T4424651
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