ÉS COMO UM RIO...
Há sentidos de humor que sofrem alterações climatéricas
Ardentes com o raiar do sol
Sôfregos com a neblina
Irritantes com a chuva que revigora as terras
Mas tu…
Tu és como um rio
Vives banhada pelas águas da constância
Murmurando palavras que não se retêm nas margens
Emanando sorrisos que não se prendem nos arbustos
As tuas lágrimas seguem invariavelmente o mesmo percurso
Evaporando-se no teu peito, no teu mar
O teu humor vagueia pelos suspiros da corrente
Provocando os pássaros que te respondem com chilreios
Numa amálgama de sentimentos que só tu entendes
Tu e os seres que medem ao centímetro a tua viagem
Que te acompanham na rota da suavidade
Como se deles fosses a bênção que visitou a floresta
E segues…
Segues indiferente à configuração do leito
Como o rio que ladeia os atritos sem alterar o murmúrio
Para ti não há sol, nem neblina, nem chuva
Há simplesmente vida.